domingo, 21 de outubro de 2007

Hugo 'Deus' Alves

Eu sei que isto parece combinado, mas garanto-vos que não foi. Depois de eu ter escrito isto - "com tanta aparente sabedoria, é claro que é endeusado por todas as meninas e pseudo-intelectuais da blogosfera." - aqui, pensei que tão cedo não se veria algo do género que descrevi. No entanto, agora percebo que é infalível: para quem duvidava, aqui tem: quando Hugo Alves é atacado; de imediato os discípulos do costume organizam uma sessão para prestar culto ao seu Deus.

Quanto a Nuno Pires, reparo que o estatuto intelectual já não lhe permite escrever em português nem em blogs portugueses, o que tem uma vantagem: não é tão ridículo (embora não ande longe) como quando escreve em português e coloca no meio umas quantas frases em latim e em francês para dar ares de culto.

Depois vem Helena, que quando fala de Hugo Alves é nada mais nada menos como se falasse do Deus da Cinefilia. Se este pequeno comentário já o demonstra, o que dizer dos textos de há uns meses atrás? Lembro-me, por exemplo, da discussão gerada aquando da Carta Aberta a Gonn1000. Helena, nos comentários, diz o seguinte:

"Caro Hugo,
Já havíamos trocado umas palavras sobre o assunto há uns tempos e compreendo perfeitamente a tua posição embora a minha me deixe num ponto ingrato e vejo-me na obrigação moral de dar a face pois não posso deixar de me sentir um pouco atinginda (justamente). Penso várias vezes: que direito tenho eu de escrever sobre cinema quando a minha experiência está numa fase muito precoce de construção? É verdade que eu posso "enfiar a carapuça" das tuas indignadas palavras porque não recuso cinema antigo (mto pelo contrário) não me arrogo no direito de considerar a minha formação completa (longe disso) e falta-me ver muita coisa de muitos cineastas "obrigatórios".
(...)
Confesso ainda que vós, tu e eles todos, me fazem sentir um certo medo. Talvez porque eu quero ser como vocês mas não consigo olvidar que ainda me falta percorrer um certo caminho. Talvez a ânsia de chegar me cause uma certa frustração quando vejo o caminho que falta. Mas não desisto. E o que escrevo é talvez o testemunho dessa caminhada. Um dia, vou poder dizer que sou cinéfila sem baixar os olhos perante vós. O amor ao cinema está cá. Só falta a experiência.
E pronto, perdoa o pequeno desvio na conversa. Mas às vezes preciso de exteriorizar esta auto-consciência das minhas limitações que tantas vezes me consome..."


À medida que ia lendo este texto, ficava cada vez mais confuso. Quando cheguei à frase que coloquei a negrito, tive que parar. Estava plenamente convencido de que Helena se tinha enganado e escrito uma Carta Aberta a Martin Scorsese. Voltei ao início, mas dizia mesmo "Caro Hugo".

Quanto aos restantes comentários, vejo que os admiradores do Amarcord já utilizam a táctica favorita do seu autor: quando faltam os argumentos e não apetece pensar pela própria cabeça, limitam-se a citar gente famosa. Desta vez, foi Albert Einstein.

Fico, então, à espera que Hugo Alves venha um dia a escrever um texto em que transmita uma opinião sentida e original, não apenas copiar o que aprende com os livros e os mestres. Porém, felizmente para a continuação deste blog, tal não vai acontecer.