terça-feira, 16 de outubro de 2007

Hugo Alves

« Começa a ser recorrente perguntarem-me quando me dedico ao Cinema ou aos Livros. Dizem-me: "Não tens feitio de advogado. Tens pinta de intelectual*" Adepto que sou das citações e afins sai, invariavelmente, "Sou um bocado como o Ethan Edwards no The Searchers: procuro obstinadamente algo que perdi. Precisamente por ter noção dessa dimensão trágica da perda [de algo que só em sonhos tive, note-se] fico com o ar distante do Jef Costello: alheado de tudo, com ar sombrio e vago. Sou, de certo modo, como o conformista do Moravia. (trocista) Acaso não serei como as personagens dele? (fixando, com ar grave, o interlocutor) Apenas anseio a normalidade. Viver a vidinha sem sobressaltos e sem causar arrepios de maior aos que se cruzam comigo. Para isso sigo uma lógica Samouraï. Apesar disso, tento ter a inocência do Doinel, mas isso já não consigo. Sabes, leva-se muita bofetada neste mundo. [por isso é que se gosta muito da ironia de João de Deus por estas bandas]"

*certamente só me dizem isto porque uso óculos. É público e notório que não gosto do epíteto. »

Aqui fica mais um típico texto de Hugo Alves a tentar armar aos cucos. A táctica é sempre a mesma: meter umas quantas referências cinéfilas que aparecem em qualquer livro; misturar umas quantas expressões em Latim a martelo; defender sempre opiniões politicamente correctas; e fazer não sei quantas citações de famosos conhecedores de cinema para justificar a sua (?) posição intocável. O que agrava a situação é que mesmo o que são palavras suas, nunca soa a texto pessoal, mas a um emaranhado de citações disfarçadas daqui e dali.

No texto citado, não foge à lógica: as referências cinéfilas têm a mesma previsibilidade de sempre e o texto é tão básico que parece de algum miúdo do secundário que quer à força mostrar à professora de português que conhece uns quantos filmes com mais de trinta anos e não sabe como. Claro que a professora, impressionada, lhe daria uma excelente nota. É basicamente o que lhe acontece aqui: com tanta aparente sabedoria, é claro que é endeusado por todas as meninas e pseudo-intelectuais da blogosfera.