segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Correcção

Caro Nuno Pires,

Lendo o e-mail que enviou ao Zé, confesso que me vejo forçada a reavaliar o meu último post sobre si. Todos erramos e, como o próprio Nuno escreveu, por detrás de cada texto existe sempre uma pessoa que, na maioria das vezes, não conhecemos.

Lendo as suas palavras, apenas agora percebo o verdadeiro porquê de as citações que fiz abaixo exibirem um padrão de vocabulário tão limitado e traduzirem raciocínios ao nível de um aluno da pré-primária. O francês é a sua primeira língua! Por isso, não se aventura em grandes palavras nas letras de Camões (já agora, meu caro, em português escreve-se “profissionalismo” e não “professionalismo”)*. Mais, a sua incapacidade para exprimir algo além de uma liminar e subserviente concordância com os textos de terceiros (neste caso por Hugo Alves), foi também mal interpretada mim, e por isso me penitencio. Ela resulta, no limite, de uma inadaptação sua à pobre e atrasada cultura nacional, já que vem de um País mais avançado, onde, por exemplo, já se descobriu a resposta “evidente a questões centrais de consciência e sociedade que dividem os humanos há décadas. Nuno Pires, é, afinal, um homem à frente do seu tempo e do espaço físico que habita.

Sobre o equívoco do Zé, ele já explicou, mas também sinto aqui a necessidade de esclarecer um pouco mais os motivos da confusão. De facto, houve uma espécie de mistura entre Artista e Fã, pela qual pedimos evidentemente desculpa. Acrescento que o tempo que o Zé tem para dedicar a este hobby é limitado, entre reuniões de angariação de venture capital e gestão de fusões, faltando-lhe assim recursos temporais e mentais para que o rigor dos factos seja sempre total e inequívoco.

Termino com a acusação central do seu texto, a afirmação sobre a falta de profissionalismo do Zé. Aí, quer o Zé quer eu assumimos totalmente a falta do mesmo. Nenhum de nós é profissional das letras, dos blogues ou do cinema. Nenhum de nós recebe um tostão pelo que escreve aqui, de forma directa ou indirecta. Fazemo-lo obviamente por gosto pessoal.

Com votos de uma muito boa, bela e linda carreira,

Susana Marques Esteves

* Tenho várias amigas desempregadas licenciadas com distinção em Línguas e Literaturas Portuguesas. Se quiser umas lições, a preços de amigo, é só dizer!