Como Nuno Markl considera a publicação de um e-mail seu para este blogue uma afronta pessoal e uma tentativa de auto-promoção, não iremos publicar a sua nova resposta. Não queremos ferir a sua sensibilidade, embora estranhemos este melindre, já que, em comentários públicos feitos no seu blogue, escreveu no essencial coisas semelhantes, ainda que num tom bem menos elevado.
Deixamos, no entanto, alguns esclarecimentos e reflexões de carácter genérico motivados por comentários contidos nessa missiva:
1) Não é possível deixar qualquer comentário na caixa de comentários deste espaço porque... ela simplesmente não existe! Assim, assumimos que quando recebemos uma resposta de alguém enviada para um e-mail publicado no blogue, ela tem o cariz de resposta ao que aqui escrevemos e sentimo-nos no dever moral de a publicar para garantir ao visado o direito a fazer valer os seus argumentos.
2) O estatuto de "celebridade" ou o grau de reconhecimento pelo(s) público(s) das pessoas cujos textos são visados neste espaço é perfeitamente irrelevante per se para os autores. Bastará verificar a lista de agraciados para o perceber. Seguimos desde o ínicio, volto a frisá-lo, uma política de publicação total e integral de todos as respostas que nos sejam enviadas, desde que devidamente identificadas. Aproveitamos esta má interpretação das nossas intenções pelo leitor Nuno Markl para esclarecer que os e-mails fornecidos existem para correspondência com o blogue. Como tal, salvo a pedido dos autores, e em nome dos mais elementares princípios do direito de resposta, tencionamos continuar a publicá-los. Por maioria de razão, sempre que sejam levantadas nessa correspondência questões que entendermos merecedoras de resposta da nossa parte, responderemos.
3) A referência a Eduardo Prado Coelho no texto anterior é factual: quer no facto de ele ter já falecido (a inclusão da referência é usual quando se quer referenciar e ao mesmo tempo reverenciar alguém que já não está no mundo dos vivos), quer no facto de ter sido zombado por Nuno Markl (ou melhor, Criswell) por ter confundido o nome de uma actriz. O facto desta zombaria ter sido publicada há alguns anos em nada altera o seu carácter intrínseco, e não entendemos porque uma referência a situações objectivas e factuais pode ser tida como uma baixaria ou algo de nojento.
4) Por último, não consideramos que este espaço viole qualquer princípio ético ou lei da República Portuguesa. Como tal, achamos e acharemos sempre estranho que alguém considere sequer a hipótese de não tratar as coisas "a bem". O nosso entendimento da democracia leva-nos a crer que tudo pode e deve ser questionado no plano das ideias e dos comportamentos, desde que não se resvale para o insulto ao carácter individual de cada um. Outros poderão defender, legitimamente, concepções de diálogo baseadas na anuência dócil e acrítica, ou no "lápis azul" da censura quando se revela discordância. Mas para isso não contem connosco.